sexta-feira, 18 de abril de 2014

terça-feira, 25 de março de 2014

mondanità

Finisce sempre così. Con la morte. Prima, però, c'è stata la vita, nascosta sotto il bla bla bla bla bla. È tutto sedimentato sotto il chiacchiericcio e il rumore. Il silenzio e il sentimento. L'emozione e la paura. Gli sparuti incostanti sprazzi di bellezza. E poi lo squallore disgraziato e l'uomo miserabile. Tutto sepolto dalla coperta dell'imbarazzo dello stare al mondo. Bla. Bla. Bla. Bla. Altrove, c'è l'altrove. Io non mi occupo dell'altrove. Dunque, che questo romanzo abbia inizio. In fondo, è solo un trucco. Sì, è solo un trucco.


Num filme feito de cenas alucinantes e paixões intensamente vazias - tudo é um truque. A procura pela grande beleza é traiçoeira. Levantamos todas as cortinas na esperança de ostentar algo sem saber a sua forma.
Imaginamos demais e vemos a menos? 





La Grande Bellezza, Paolo Sorrentino

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

nada

agoniada.
fico agoniada.
sempre que corres
no meio das orquídeas
podres
que não deixam emergir
nem sequer um pouco de carne
nem sequer um fragmento
de ser. 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

domingo, 16 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

as i was moving ahead occasionally i saw brief glimpses of beauty





jonas mekas, 2000

stressas-me como pó de casa

Saio de casa de madrugada para deambular em ruas infinitas com um cheiro ridículo a jasmim. A aurora que tardou a chegar revela a triste realidade da existência e eu caio, de joelhos. Contemplo o sangue que derrama como se fosse a única coisa verdadeira que posso ver até morrer. 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

o cosmos perdeu-se

Era uma miúda e já encarava o universo com uma fadiga alucinante. Já o tinha fisgado. Sacana, eu sei o que estás a preparar, no meio das poeiras disfarçadas em luz estelar. Custava-me adormecer ao pensar na tua imensidão, como uma espécie de claustrofobia intelectual que molesta o pensamento. Sedenta.

Escondes-te na tua solidão infinita mas não me enganas com o fingimento do tudo. Algo tão vasto acaba por ser vazio. Tropeças nas tuas próprias estrelas e distorces noções temporais. Deturpas a perceção de forma consciente. Serás sempre um laivo negro que se aproveita do sol para declarar harmonia. Efémera. Como podes ser autêntico se alimentas falsidade?


Eu não sou do tamanho do que vejo.