Era uma miúda e já encarava o universo com uma fadiga alucinante.
Já o tinha fisgado. Sacana, eu sei o que
estás a preparar, no meio das poeiras disfarçadas em luz estelar. Custava-me
adormecer ao pensar na tua imensidão, como uma espécie de claustrofobia intelectual
que molesta o pensamento. Sedenta.
Escondes-te na tua solidão infinita mas não me enganas com o
fingimento do tudo. Algo tão vasto acaba por ser vazio. Tropeças nas tuas próprias
estrelas e distorces noções temporais. Deturpas a perceção de forma consciente.
Serás sempre um laivo negro que se aproveita do sol para declarar harmonia.
Efémera. Como podes ser autêntico se alimentas
falsidade?
Eu não sou do tamanho
do que vejo.